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Gestão

Qual é a relação entre o Empreendedorismo e a Liderança Feminina

Tempo de leitura estimado: 5 min.

Empreender e liderar: essas são duas ações muito convergentes, pois, quando se inicia um negócio, você, automaticamente, empreendeu e começou a liderá-lo. Porém, precisamos entender qual é o real significado de cada conceito e como funcionam na prática.

Empreender, segundo o dicionário, é decidir realizar — tarefa difícil e trabalhosa —; tentar; e pôr em execução. Por isso, o termo passou a ser tão utilizado para os novos formatos de negócio em que uma pessoa tem uma ideia e a coloca em prática.

É daí que se origina o empreendedorismo, que é a criação ou extração de valor — além dos econômicos —, a qual envolve riscos.

Já liderar é proceder, ter a função ou ocupar a posição de líder. Essa ação de liderar é uma habilidade requerida de um indivíduo, grupo ou organização de influenciar ou guiar outros em sua área de atuação. Acompanhe o texto e saiba mais sobre empreendedorismo e liderança feminina!

O que aprendemos na história de empreender e liderar

Vamos falar sob a ótica das mulheres. A capacidade de empreender é originada nos primórdios, quando elas precisavam cuidar da família e manter uma fonte de renda. Dessa forma, começavam a oferecer serviços que eram capazes de fazer em casa. Os traços de liderança também já eram observados neste período, quando a responsabilidade de ser a dirigente do lar e dos familiares era despontada. Com o passar do tempo e as mudanças do mundo, esse perfil ficou ainda mais notório entre as mulheres.

A entrada delas no mercado de trabalho fez com que pudessem se destacar, criar negócios e demonstrar a sua habilidade de liderança nas empresas. Entretanto, mesmo que as mulheres tenham esse talento natural, o mercado ainda não demonstra esse perfil — apenas 29% dos cargos de liderança das empresas brasileiras são ocupados por mulheres, de acordo com o estudo Women in Business: Beyond Policy to Progress, realizado pela Grant Thornton.

Por que isso acontece

A construção da nossa sociedade e do próprio mercado é o principal fator. Porém, as companhias têm observado nos últimos anos que a pluralidade nos cargos de liderança é positiva, principalmente, porque, entre os pontos fortes das mulheres, estão a flexibilização, a colaboração, o cuidado, além da criatividade e da inovação. Há alguns anos, campanhas incentivando as mulheres na liderança começaram a ser mais recorrentes. Um dos fatores é a criação desse ambiente variado e, consequentemente, com mais ideias e resultados.

Até cursos livres sobre a liderança feminina passaram a ser concedidos, os quais debatem temas como:

  • conhecimento e compreensão da importância e do significado da liderança feminina; estabelecimento da diferença entre a liderança feminina e a masculina;
  • implementação dos princípios da liderança feminina, entendendo o momento atual histórico-social;
  • análise e reconhecimento da força feminina como base para a atual liderança.

Movimentos como esses são importantes para se compreender o contexto e o papel, tanto de mulheres quanto de homens na sociedade e no mercado de trabalho.

Empreendedorismo feminino

Observando o cenário e as oportunidades no mercado para as mulheres, o empreendedorismo se torna uma opção para muitas delas, por trazer mais liberdade para coordenar as atividades profissionais e familiares. Diante disso, conhecemos as histórias de muitas mulheres que começaram a empreender ou tiveram grandes ideias ao se tornarem mães.

Aqui, observamos o principal gatilho do empreendedorismo: criar algo que solucione o problema de um grupo de pessoas. Sendo assim, conseguem unir as atividades sem precisar desacelerar uma das áreas da vida.

Liderança feminina

Seja em suas empresas ou em outras companhias, as mulheres apresentam uma forma bastante única de liderar. Além de adicionar a pluralidade citada acima, as organizações que contam com executivas em cargos de liderança têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes, segundo a edição 2020 do estudo Diversity Matters, da consultoria McKinsey.

Além disso, as mulheres costumam ser melhores no manejo das crises e na adaptação às mudanças — é o que afirma Betina Rama, consultora especializada e autora do livro Liderança Feminina (Liderazgo Femenino); e também desenvolvem melhor a inteligência emocional e as equipes de trabalho, de acordo com Amalia Vanoli, diretora da Consultoria de Recursos Humanos Tiempo Real.

Dentre as outras características da liderança feminina, destaque para: orientação às pessoas; tendência à cooperação; capacidade de agir em muitas direções; liderança horizontal; predomínio do emocional; e maior predisposição às mudanças.

Empreendedorismo e liderança feminina sob a minha ótica

O maior exemplo de liderança e empreendedorismo veio da minha casa. Meus pais sempre conversaram e demonstraram o mercado comigo, além de incentivar as minhas ideias. Quando fui para o mercado de trabalho, tive a chance de ter bons líderes, tanto homens quanto mulheres que me inspiraram e apoiaram a avançar. Ao alcançar cargos com maiores responsabilidades, aplicava as habilidades conquistadas para liderar a equipe e chegar aos resultados táticos e individuais que traçávamos.

Quando comecei a empreender, percebi, na prática, o desafio de equilibrar todas as funções dentro de uma companhia. Meu principal objetivo é ser uma líder que inspira e consegue extrair o melhor de cada talento, oferecendo o melhor ambiente para eles e para os nossos clientes. Tenho a oportunidade de conviver com outras pessoas empreendedoras — homens e mulheres — que passam pelos mesmos obstáculos, em termos de ideias e inovação, bem como de liderança.

A inteligência emocional é a principal aliada nessa jornada, que vai conduzir boa parte do processo. As ideias para manter o negócio ativo vêm de pesquisa de mercado, relacionamento e visão de longo prazo. Em todo caso, devemos investir nos talentos e motivá-los a desenvolver hard e soft skills, para que possam conduzir os seus negócios ou as companhias, com visão completa dos processos e das pessoas.

Como incentivar o empreendedorismo e a liderança feminina?

O empreendedorismo e liderança feminina podem encontrar grande preconceito, tendo que enfrentar desrespeito e subestimação. As líderes em algumas situações precisam provar o quanto são competentes e que sua capacidade não tem a ver com seu gênero ou por suas características biológicas. A melhor forma de incentivar o empreendedorismo feminino é estimulando a autoconfiança das líderes, reafirmando o quanto elas são capazes para fazer seu trabalho crescer.

Além disso, é preciso estimular que as empresas cada vez mais tenham mulheres como líderes. Pesquisas demonstram que empresas que têm mulheres em seus cargos de liderança tiveram retorno maior no equity, em detrimento daquelas que não incentivam a gerência das mulheres. Por isso, algumas empresas buscam tornar como cultura organizacional políticas para o crescimento profissional das mulheres e o fomento de vagas em lideranças, para que existam oportunidades igualitárias para ambos os gêneros.

Qual é a importância de incentivar o empreendedorismo e liderança feminina?

A presença das mulheres nos negócios melhora a economia, as empresas e a sociedade. Isso porque elas trazem oxigenação e novas ideias para o mercado, redefinindo o futuro de serviços e produtos. Ainda, as mulheres são importantes para o desenvolvimento de estratégias, principalmente por comumente terem melhor jogo de cintura e flexibilidade — competências comportamentais valorizadas no mercado atual.

Além disso, uma liderança feminina ajuda na valorização de talentos da empresa, assim como aproxima clientes com a organização, por ter maior identificação social, já que as mulheres são maioria no Brasil. O empreendedorismo feminino também precisam ser incentivado, pois a mulheres empreendem no Brasil por necessidade de terem uma fonte secundária, auxiliarem no sustento de sua família e de conquistarem sua independência financeira.

Quais são as empreendedoras e líderes femininas que podem lhe inspirar?

O empreendedorismo e liderança feminina vão além do próprio negócio em si, pois dão às mulheres uma voz, visibilidade e espaço, capazes de influenciar toda uma geração. As líderes se tornam mulheres que levantam mulheres. Veja alguns exemplos!

Luiza Trajano

Referência como mulher empreendedora, Luiza Trajano comanda a rede do Magazine Luiza. Hoje, ela atua como presidente do Conselho de Administração, mas já passou por várias funções da empresa. Luiza Trajano transformou o Magazine Luiza em uma das empresas mais competitivas no setor varejista, pautando-se sempre na empatia, sensibilidade social e ambiental, além de proximidade com clientes e sempre defender o empoderamento feminino.

Eliana Potiguar

Eliana Potiguar é professora e escritora e se destacou pelo enfrentamento das desigualdades e defesa das mulheres indígenas. Ela foi nomeada como uma das dez mulheres do ano de 1988 por ter criado a primeira organização de mulheres indígenas no país, o GRUMIN (Grupo Mulher — Educação Indígena), atuando a favor do processo social, político e econômico.

Assim, para que o empreendedorismo e liderança feminina se fortaleçam, é preciso que as mulheres estejam preparadas para as oportunidades do mercado, com muito estudo e desenvolvimento de competências pessoais que auxiliem no crescimento de sua empresa. O fato é que o empreendedorismo é desafiador, logo, todos os dias você terá novas lutas e vai precisar criar soluções para seus problemas.

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escrito por
Mariana Alves de Assis
Cofundadora e CEO da MA² Business and Communications Empreendedora, internacionalista, comunicadora e jornalista, com 10 anos de experiência, sendo quatro deles dedicados à empresas internacionais. Coordena os times de PR no Brasil e América Latina no desenvolvimento, implementação e gerenciamento de projetos de comunicação, incluindo interface de comunicação interna e externa; treinamento de equipes; produção de eventos; ações de marketing e relações institucionais. Desenvolvimento e implantação do programa de novos negócios, e programa de comunicação de empresas de segurança da informação. Apoiou a criação de área de inteligência digital de agências. É cofundadora da MA² Business and Communications, Conselheira na Medical Peptide e Co-Founder da Plataforma de Inovação Medical Help.
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