Teoria das inteligências múltiplas: o que é, por que é importante e mais!
A definição de pessoas mais ou menos inteligentes começa desde a infância. Geralmente, utilizam-se parâmetros como notas na escola, desempenho em provas e resolução de problemas para escolher o destaque da turma. No entanto, esse pensamento não valoriza as inteligências múltiplas.
A teoria das inteligências múltiplas surge justamente para explicar que a inteligência abrange diferentes áreas. Ou seja, o indivíduo pode não ter uma profunda habilidade com questões lógicas, mas pode apresentar um desempenho exemplar com linguística, situações interpessoal e intrapessoal etc.
Sendo assim, conhecer essa teoria será um passo importante, para que você saiba como potencializar a atuação de seus colaboradores. Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura e entenda como ela funciona.
Qual a definição de inteligência humana?
A inteligência humana se refere ao potencial biopsicológico que uma pessoa tem ao fazer a melhor escolha diante de duas situações. Contudo, para o desenvolvimento desse potencial, é preciso considerar fatores genéticos e o contexto social em que a pessoa vive. Mas, quais os critérios para definir o que é uma inteligência humana? Segundo Howard Gardner, deve-se considerar que:
- existem gênios, pessoas que têm um alto domínio de uma área;
- a pessoa tenha uma história evolutiva, com a evolução da inteligência auxiliada por outras pessoas;
- seja possível a pessoa se especializar, tendo uma capacidade de melhoria contínua, por meio de cursos e treinamentos;
- a pessoa faça a testabilidade, avaliando a habilidade.
Como surgiu a Teoria das Inteligências Múltiplas?
A teoria das inteligências múltiplas foi criada pelo psicólogo Howard Gardner na década de 1990, durante a sua pós-graduação. Ele criou essa tese, que se tornou mundialmente conhecida. Gardner questionou se o teste de QI era suficiente para medir a inteligência das pessoas. Assim, passou a acreditar que a inteligência pode ser abordada por vários aspectos e que os indivíduos possuem diferentes tipos de mentes e faculdades mentais, apresentando diferentes inteligências, surgindo a teoria das inteligências múltiplas.
O que é a Teoria das Inteligências Múltiplas?
A teoria das inteligências múltiplas descreve como cada ser humano mostra sua capacidade cognitiva, sempre de maneira única. Tal capacidade nada tem a ver com a rapidez em resoluções de provas, mas sim às aptidões e habilidades únicas de cada indivíduo, que podem se manifestar em áreas diferentes do conhecimento.
Nesse sentido, Gardner criou uma lista com os tipos de inteligência, que não é única e universalmente aceita, porém tenta abranger a maior parte das competências valorizadas na sociedade. Saiba mais sobre cada uma delas abaixo!
Lógico-matemática
Diz respeito ao raciocínio lógico e à capacidade de se utilizar números, organizar, hierarquizar e sistematizar. É considerada por muitos como o eixo principal da inteligência e uma das mais valorizadas durante a formação escolar. Profissionais com essa característica costumam apresentar maior facilidade para resolver problemas complexos que envolvam números.
Espacial
É a habilidade de se observar e captar com precisão o mundo visual e espacial e realizar mudanças nele. É a capacidade de interpretar e criar imagens, usando recursos como a cor, forma, textura ou uso do espaço físico. As pessoas com essa inteligência desenvolvida conseguem encontrar caminhos, decorar ambientes, organizar objetos e elementos, de forma harmônica. São profissionais das artes visuais, moda, arquitetura e design.
Musical
Essa inteligência está ligada com a capacidade de perceber e expressar formas musicais, sons e melodias, por meio do acompanhamento de ritmos e tocar instrumentos. Normalmente, tem facilidade em discernir tons, timbres e ritmo. Essa qualidade é percebida, principalmente em músicos, que reconhecem notas, compositores, e, ainda, em outros profissionais da área, como produtores, dançarinos e outros artistas.
Linguística
Essa é outra inteligência bastante valorizada e desenvolvida durante a fase escolar. Ela está relacionada à capacidade que o indivíduo tem de se expressar, de forma efetiva e clara, por meio de palavras ditas ou escritas, e de entender o que está lendo ou ouvindo. São pessoas que sabem argumentar e transmitem conceitos complexos, com facilidade. Normalmente, são escritores, jornalistas, poetas, palestrantes e bons oradores, como políticos.
Interpessoal e intrapessoal
A inteligência interpessoal diz respeito à relação com o outro, a habilidade de se comunicar, de perceber as emoções do outro e ter empatia. Já a intrapessoal está voltada para o autoconhecimento e a percepção de si mesmo, sendo significativa para qualquer área de atuação. Essas duas inteligências podem ser vistas como base para a inteligência emocional, que é bastante relevante no meio corporativo. O conceito surgiu na década de 1990 e está relacionado com a capacidade de lidar com emoções.
Pessoas com inteligência interpessoal conseguem agir e se adaptar mais facilmente, estando sensíveis ao humor e sentimentos dos outros, tendo sempre empatia. Está presente na vida de professores, atores e assistentes sociais. Por sua vez, a inteligência intrapessoal é comum em psicólogos, filósofos e líderes espirituais.
Corporal-cinestésica
É a habilidade para usar o corpo ou parte dele, de modo eficiente, capaz de expressar sentimentos ou realizar ações. Quem possui inteligência corporal-cinestésica tem alta coordenação motora entre corpo e mente, sendo apaixonados por atividade física. Em um primeiro momento, pode parecer exclusiva de atletas, atores e dançarinos, mas ela também é significativa para cirurgiões e outras profissões que necessitam de ampla capacidade motora.
Naturalística
A inteligência naturalística diz respeito à qualidade de se conectar com o meio ambiente, tendo ligação ao conhecimento profundo da natureza e aptidão de lidar com ela, seja no trato com os animais, cultivo de plantas e aprendizado geológico. Quem possui esse tipo de inteligência demonstra facilidade e maior integração com plantas e animais, o que acontece, por exemplo, com ambientalistas, engenheiros florestais, biólogos, veterinários e agricultores.
Existencial
Essa inteligência está relacionada com a capacidade do indivíduo de refletir sobre questões profundas, como a própria existência, sentido da vida e assuntos espirituais. A pessoa que tem inteligência existencial busca respostas para esse tipo de temas. Ela pode ser um pouco parecida com a inteligência intrapessoal, mas ainda está ligada com a atuação de filósofos, professores, palestrantes, teólogos e outras profissões que tenham como um dos objetivos instigar as pessoas a pensarem sobre a vida, morte e universo, por exemplo.
Por que essa teoria é importante?
Gardner afirma que a inteligência acadêmica não pode ser o fator decisivo para definir uma pessoa. Isso significa que a sociedade precisa levar em consideração as outras habilidades e começar a valorizá-las. Reconhecer a teoria das inteligências múltiplas é importante, pois diminui o preconceito e abre oportunidades para as pessoas que têm uma inteligência lógico-matemática menor — que costuma ser o aspecto mais valorizado.
Ao adotar esse conceito, é possível entender que as pessoas aprendem de forma diferente e, assim, abrir portas para outras inteligências e para traçar novos caminhos de aprendizado. As escolas, normalmente, priorizam mais o desenvolvimento das inteligências lógico-matemática e linguística, entretanto, as atividades multidisciplinares também são positivas. Atividades de dança, música e artes plásticas, jogos cooperativos e estímulo à interação com a natureza são exemplos de ações que ajudam a ampliar outras inteligências.
Quais os benefícios da teoria das inteligências múltiplas para as empresas?
No ambiente de trabalho, os gestores devem se basear na teoria das inteligências múltiplas para avaliar quais delas cada funcionário tem em maior evidência, e não assumir, simplesmente, que existem pessoas inteligentes e outras não. Ao saber as inteligências de cada pessoa, é possível direcionar as atividades de acordo com as habilidades de cada um e, consequentemente, facilitar os processos e aumentar a produtividade da empresa.
Por exemplo, um funcionário com as inteligências interpessoal e linguística bem desenvolvidas pode ser direcionado para atendimento ao cliente ou vendas. Além disso, ter profissionais com perfis diversos, com inteligências, costumes e culturas diferentes, é bastante positivo, pois contribui com o desempenho da equipe, a resolução de problemas, entre outras situações.
Como incentivar o desenvolvimento das inteligências múltiplas?
A escola tem um papel significativo para o desenvolvimento das inteligências múltiplas, adotando atividades multidisciplinares que incentivem as capacidades intelectuais dos alunos gradativamente e aplique tais inteligências. Contudo, isso também pode ser feito na vida adulta. Os gestores podem aplicar algumas medidas para identificar as inteligências múltiplas dos profissionais e buscar estratégias para desenvolvê-las.
Uma delas é a análise do perfil comportamental. Isso pode ser feito com testes e uso de softwares que ajudam a descobrir as características, as forças e as fraquezas, bem como as inteligências mais desenvolvidas em cada colaborador. A ação é positiva para ter o profissional certo na função certa.
Um colaborador com um perfil lógico, provavelmente, se sairá melhor em tarefas sistemáticas do que aquele que tem um perfil interpessoal ou linguístico. Além disso, o próprio funcionário pode investir no autoconhecimento e analisar as suas características para descobrir quais inteligências ele tem, de forma a colocar o seu foco nelas e se beneficiar na vida profissional e pessoal.
É possível desenvolver todas as inteligências aplicadas?
Na maioria das vezes, cada pessoa possui somente uma ou duas inteligências desenvolvidas. Por isso, é comum que um indivíduo seja bom em cálculos e tenha dificuldade na dança, saiba escrever mas não desenhar, por exemplo. Contudo, para Howard Gardner, é possível que uma única pessoa possua todas as oito inteligências desenvolvidas, apesar de raro. Um desses casos é Leonardo Da Vinci, uma personalidade histórica, que foi pintor, matemático, botânico, inventor e anatomista.
Da mesma forma, é raro que uma pessoa não tenha nenhuma das inteligências. Entretanto, é necessário que essas inteligências sejam estimuladas em cada ser humano para serem desenvolvidas. Assim, é fato que utilizar a teoria das inteligências múltiplas no dia a dia ajuda cada um a se conhecer melhor, desenvolver suas competências e se manter motivado. O essencial é lembrar que nenhuma inteligência é mais importante que a outra, e todas têm a sua aplicação no nosso cotidiano.
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Artigo bastante esclarecedor.